terça-feira, 14 de maio de 2013

A noite é escura e cheia de terrores

O Tolan fez, como é seu apanágio e costume, um post extremamente certeiro quanto à capacidade do Benfica em particular e do Jesus no geral de nos colocarem nos mais altos píncaros da mui vã mas saborosa glória desportiva para depois nos tirarem o chão debaixo dos pés e nos lançarem para o inferno azul e branco onde ardemos a mil graus Kelvin até ao fim dos dias. Mas o Tolan, talvez com a visão nublada pela paternidade que aí vem galopante, esqueceu-se, no meio de todos os cenários dantescos que enumerou, do facto de a final da próxima edição da Champions League se disputar no estádio da Luz, na nossa casa, a nossa catedral, o que desde logo abre as portas a todo um manancial de cenários desportivo-apocalípticos, que eu, pessoa crente nos desígnios e caminhos insondáveis do azar, especialmente no que ao Benfica diz respeito, temo que possam vir a acontecer. Se a simples probabilidade do Porto poder levantar a Champions no nosso estádio causa-me tremores, a imagem disto acontecer contra o nosso clube  faz-me pensar em juntar-me a um qualquer grupo de monges e viver num ascetismo exarcebado até ao fim dos dias.