terça-feira, 26 de junho de 2012

Holocene

Os dias que começam cedo têm uma particular tendência para serem proveitosos. Acordar quando quase toda a cidade dorme, abrir a janela e ainda estar escuro. Tratar do que precisa ser tratado, sem o medo de que o tempo não vai chegar para tudo, afinal o dia apenas começou há cinco horas e meia. Tomar o pequeno-almoço com um apetite voraz, quando o estômago, finalmente, acorda. O discernimento matinal permite-me ver tudo claramente e não deixar nada importante para trás. Passa um pouco das sete e a cidade ainda permanece tranquila, à excepção da senhora que buzinou, creio que, com as mamas, ao sair do carro. Apesar do dia se adivinhar tórrido, o sol ainda está demasiado ténue para que seja preciso pôr os óculos de sol e esboço um sorriso quando a brisa fresca me percorre a cara.

Como que a presentearem-me por me ter levantado tão cedo, os semáforos estão todos verdes à minha passagem e ainda tenho a sorte de ver certos condutores a fazerem manobras que não fariam uma hora depois. A manhã está definitivamente calma, nem uma buzinadela durante os vinte e cinco minutos a pé, esqueçam lá a senhora com as mamas grandes no seu Punto, e finalmente chego ao meu destino. Espero que a próxima manhã madrugadora seja para ir correr, já que não ponho os pés no estádio há tanto tempo, que até tenho vergonha de colocar por escrito. É daquelas coisas que quero mesmo muito experimentar a par de ler um bom livro, enquanto bebo vinho e ouço Bon Iver, coisa de hipster, certamente.

4 comentários:

Vic disse...

Certamente...

trollofthenorth disse...

É um acordar célere como na tropa e estás de pé ao fim de segundos, ou é daqueles acordares plenos de ronha? Faz toda a diferença. Eu sou da primeira espécie.

Hipster Karenina disse...

Troll, o primeiro, claro!

Hipster Luke disse...

Isto é tudo gente com bom acordar está visto.